outubro 27, 2009

Se um dia eu..


Se um dia eu..

Se um dia eu morrer
Não me coloquem junto dos outros
Não me ponham nos jardins da morte

Se um dia eu morrer
Vou querer vida
Vou querer o sol e a chuva
A alegria e a tristeza
Agitação e calmaria
Em um lugar que flui
Transforma-se todos os dias

Não me ponham em jardins imutáveis
Em casas de cimento
Em recintos de plenitude
A vida não é plena nem uniforme
Quando eu morrer eu quero vida

Coloquem-me então em um vale
Não cavem muito fundo
Não me ponham em uma caixa lacrada
Eu quero vida

Plantem uma arvore perto
Dessas que duram cem anos
Dessas que dão frutos
Que atraem pássaros

Não ponham placas
Se esqueçam do lugar
Façam uma festa
Que ela dure três dias

Meu corpo sempre feliz
Tenciona os músculos da face
Procura alimentar a vida
Alegra-se no fluir
E tendo vindo do pó
Ao pó quer retornar
Adubo para as plantas
Alimento para os vermes
Contemplando a harmonia de todo um vale
Que não morre nunca

Desabafo de um coxa branca

outubro 19, 2009

O vendedor de balões


Era uma vez um velho homem que vendia balões numa quermesse.

Evidentemente, o homem era um bom vendedor, pois deixou um balão vermelho soltar-se e elevar-se nos ares, atraindo, desse modo, uma multidão de jovens compradores de balões.
Havia ali perto um menino negro.
Estava observando o vendedor e, é claro apreciando os balões.
Depois de ter soltado o balão vermelho, o homem soltou um azul, depois um amarelo e finalmente um branco.
Todos foram subindo até sumirem de vista.
O menino, de olhar atento, seguia a cada um. Ficava imaginando mil coisas...

Uma coisa o aborrecia, o homem não soltava o balão preto.
Então aproximou-se do vendedor e lhe perguntou:

- Moço, se o senhor soltasse o balão preto, ele subiria tanto quanto os outros?

O vendedor de balões sorriu compreensivamente para o menino, arrebentou a linha que prendia o balão preto e enquanto ele se elevava nos ares, disse:

- Não é a cor, filho, é o que está dentro dele que o faz subir...

Quanto vale a vida?

Quanto vale a vida de qualquer um de nós?
?quanto vale a vida em qualquer situação?
?quanto valia a vida perdida sem razão?
?num beco sem saída, quando vale a vida?
são segredos que a gente não conta
são contas que a gente não faz
quem souber quanto vale, fale em alto e bom som
?quantas vidas vale o tesouro nacional?
?quantas vidas cabem na foto do jornal?
?às sete da manhã, quanto vale a vida
depois da meia-noite, antes de abrir o sinal?
são segredos que a gente não conta
(faz de conta que não quer nem saber)
quem souber, fale agora ou cale-se para sempre
?quanto vale a vida acima de qualquer suspeita?
?quanto vale a vida debaixo dos viadutos?
?quanto vale a vida perto do fim do mês?
?quanto vale a vida longe de quem nos faz viver?
são segredos que a gente não conta
são contas que a gente não faz
coisas que o dinheiro não compra
perguntas que a gente não faz:
?quanto vale a vida?
nas garras da águia
nas asas da pomba
em poucas palavras
no silêncio total
no olho do furacão
na ilha da fantasia
?quanto vale a vida?
?quanto vale a vida na última cena
quando todo mundo pode ser herói?
?quanto vale a vida quando vale a pena?
?quanto vale quando dói?
são coisas que o dinheiro não compra
perguntas que a gente não faz:
?quanto vale a vida?

outubro 05, 2009

Fora galvão bueno

Corre a boca miúda que o Galvão Bueno desentendeu-se com a Globo e pediu respeito.

O respeito que ele merece é a APOSENTADORIA.

O nosso aparelho auditivo transforma-se a cada evento esportivo uma verdadeira e enojante LATRINA.

Nós é que pedimos à Rede Globo: NOS RESPEITEM.

Todos sabem até intuitivamente que um locutor esportivo deve sujeitar-se a narrar os fatos como eles são. A Rede Globo errou ao permitir que o Sr. Galvão Bueno subvertesse essa ordem e a cada dia o "profissional" acha-se no direito de impor todos os seus pontos de vista como verdades irrefutáveis.

Nas transmissões da F1, o cara não se acanha e mostra-se como um apaixonado torcedor. Quem não gostaria de ser remunerado como ele é remunerado para "torcer ao vivo e a cores" e ter o privilégio de como dizia Nelson Piquet "falar tanta merda junta pensando que nossos ouvidos são pênicos".

O cara na maior desfaçatez torce abertamente para Felipe Massa e "seca" sem o menor escrúpulo o jovem talento inglês Lewis Hamilton.

Na manhã deste sábado, 21/07/07 o cara queimou a lingua muito bem queimada. Ao ver a cena do acidente sofrido pelo jovem piloto estampada na telinha não teve dúvidas e vituperou: DEMOROU, EU VENHO DIZENDO, DEMOROU, ELE VEM ABUSANDO, JÁ A ALGUMAS CORRIDAS ELE VEM SE SAFANDO...e outras merdas mais!

Na sequência, todos puderam ver que o piloto não teve a menor culpa no acidente, já que acabara de ser vitima de falha técnica, ou seja, a suspensão da roda dianteira direita de sua McLaren quebrara segundo antes do acidente tornando o bólido inguiável.

Os torcedores de Lewis Hamilton merecem ouvir desculpas desse "pseudo e anacrônico jornalista".

Não é só nas transmissões da F1 que esse superado jornalista enche saco dos torcedores, também, nas transmissões das partidas de futebol o cara se acha mais importante do que as câmaras trazem para dentro das casas dos telespectadores e fica o tempo todo tecendo considerações absolutamente subjetivas, às vêzes descabidas e sempre eivadas da certeza de estar sempre do lado da verdade.

Alguém na Rede Globo tem que tomar uma providência, do jeito que está não podemos aceitar. Ou a Globo repensa a sua programação e coloca locutores verdadeiros ou a sua audiência continuará caindo porque a antipatia que o Sr. Galvão Bueno provoca nos telespectadores é incomensurável.

É isso.