setembro 29, 2011

Um Anjo


Estava eu, a deriva de mim mesmo, sem rumo... sem prumo...
De repente uma rajada de vento me chamou a atenção...
No silencio da alma uma voz falou ao coração...
Sem perceber, me vi envolvido num abraço...
Alguém, tomando conta de meu espaço...
Surpreendido por aquele mágico momento...
Fiquei em êxtase, com este encantamento...
Seu sorriso entrava pelos meus olhos, e por dentro me iluminava...
Suas palavras resplandeciam em meus ouvidos, e tudo se acalmava...
A força de sua voz era chama que incandesce...
Fazia a dor sumir, como a noite que esmaece...
Neste instante, tudo parecia possível, até mesmo a lua flutuar, 
sobre as lágrimas em muitas águas...
Pois faria secar, cada gota, com a simplicidade, de algumas poucas palavras...
Tinha na pele uma luminescência... Em seu olhar, doce inocência...
Quando a luz o tocava reluzia... Fazia das trevas dia, com uma linda energia...
Sua presença como raios reluzentes e calor...
Emanando lindos sentimentos, um verdadeiro arco Iris de amor...
Abrindo suas asas, foi quando entendi como notas celestiais de
uma doce melodia em seus arranjos...
Que tinha acabado de conhecer... um  ANJO...

para "Nós" com carinho....

setembro 12, 2011

Estou frustrado.

O relato abaixo é um desabafo. Você não precisa ler se não quiser, na verdade, acho que pensei em voz alta, ou melhor, pensei de forma escrita.

Não gosto de mostrar minhas dificuldades, nem de contar minhas fraquezas, aliás este é o motivo de estar escrevendo, não gosto de ser quem sou, estou frustrado...


Veja bem, não estou frustrado com o mundo que em pleno século XXI ainda não aprendeu a resolver suas diferenças. Minha frustração não é com o medo que o terrorismo tem espalhado pelos quatro cantos, nem mesmo com o absurdo de dinheiro gasto em uma guerra de motivos, no mínimo, duvidosos.


O verdadeiro motivo de minha frustração não está no Brasil, embora a miséria e o desemprego roubem muito da minha motivação e os políticos com sua corrupção e pilantragem, minem minha esperança de um futuro melhor. Não é uma frustração por crer que os problemas do país são tão culturais, estruturais e religiosos que meras medidas políticas não conseguirão resolvê-los.


Tampouco estou frustrado com o cristianismo ou seja lá no que ele se transformou nesta nossa era pós-reforma. Confesso que muito me espanta ver as milhares de novas igrejas que surgem todos os anos, muitas delas fruto de “uma nova revelação de Deus”. Também não posso aceitar ver a mensagem de fé sendo trocada pela mensagem do pensamento positivo. É difícil ver igrejas organizando congressos de valorização da identidade denominacional em contraste com a mensagem de unidade deixada por Jesus. Quero dar um grito contra a politização dos púlpitos. É inaceitável pra mim os pactos políticos realizados por muitas igrejas, mas ainda não tem sido o cristianismo o motivo que tem consumido minha alma.


Também não é minha igreja que tem me frustrado, embora me irrite ver a forma desleixada que muitos membros dela têm vivido. Embora doa ver que muitos dos que deveriam ser mestres continuam como recém-nascidos. Ainda que eu saiba que muitas vezes cedemos à tentação e deixamos de lado a mensagem cristocêntrica por mensagens mais agradáveis.


Tudo isso me chateia e por vezes tira a minha força, mas minha maior frustração é comigo mesmo e a máscara que tenho carregado. Eu não sou quem você pensa e confesso que às vezes nem eu mesmo sei quem sou. Me sinto tão bem com esta máscara, ela se encaixou tão bem em mim que já faz parte do que sou.

Não sei exatamente quando tudo isso deu início, acho que comecei a experimentá-la quando ainda era criança: tentava não chorar quando sentia dor, procurava ficar quieto quando na verdade queria fazer bagunça. Mas era tudo muito simples, tudo sob controle. Eu podia voltar a ser quem era a qualquer momento.

Na adolescência, minha necessidade de aceitação me fez usá-la com mais frequência. Devia ter notado que estava ficando viciado nela. Devia ter parado, mas tive medo do que os outros pensariam então, como o homem da máscara de ferro, fiquei trancafiado dentro dela.


Entenda, minha máscara não é feia, eu escolhi bem. Ela demonstra espiritualidade, santidade, inteligência, bom caráter e coisas deste tipo. Às vezes pareço intelectual e outras vezes consigo até ser engraçado. É o que os outros esperam de mim, ou pelo menos, o que eu acho que esperam.


Porém, hoje meu pecado, minha arrogância e meu orgulho chegaram num limite que começaram a me sufocar levando-me a uma dramática decisão: ser consumido por eles ou quebrar a máscara e mostrar minha verdadeira face?

Não estou muito certo se quero ver a imagem por baixo desta casca, mas sei que não tenho outra opção se quero continuar vivendo. Então, com coragem começo a quebrá-la. Não vou usá-la mais, nunca mais...

Pedaços vão caindo e começo a ver o que há anos estava escondido. Pra minha decepção, o que vejo não me espanta. É a mesma imagem de anos, a mesma imagem de sempre...


Mesmo doente, pareço são.

Mesmo triste, me vejo sorrindo.
Mesmo na minha confissão, tento me mostrar santo.
Estou frustrado.

“Senhor, Tu me sondas e me conheces” Sl. 139:1.

setembro 08, 2011

Agora é Serio

Quantas vezes te avisei pra você não se enganar já te disse que eu não sinto nada;me perdeu e logo viu que agora não dá já cansei de te esperar em vão por nada. Apenas te vejo, mas não te desejo agora não vem que não tem mais jeito. Você não entendeu que tudo mudou não vai adiantar tentar de novo. Quantas vezes te pedi pra você me esquecer já era hora de parar de sofrer. Eu não to nem aí se parar de procurar pois é melhor assim não vai voltar. Apenas te vejo mas não te desejo não perca seu tempo não tem mais jeito 

A borboleta e o cavalinho



Esta é a história de duas criaturas de Deus que viviam numa floresta distante há muitos anos atrás.Eram elas, um cavalinho e uma borboleta. Na verdade, não tinham praticamente nada em comum, mas em certo momento de suas vidas se aproximaram e criaram um elo. A borboleta era livre, voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem. Já o cavalinho, tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza. Nele, certa vez, foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta e a partir daí sua liberdade foi cerceada. A borboleta, no entanto, embora tivesse a amizade de muitos outros animais e a liberdade de voar por toda a floresta, gostava de fazer companhia ao cavalinho, agradava-lhe ficar ao seu lado e não era por pena, era por companheirismo, afeição, dedicação e carinho. Assim, todos os dias, ia visitá-lo e lá chegando levava sempre um coice, depois então um sorriso. Entre um e outro ela optava por esquecer o coice e guardar dentro do seu coração o sorriso. Sempre o cavalinho insistia com a borboleta que lhe ajudasse a carregar o seu cabresto por causa do seu enorme peso. Ela, muito carinhosamente, tentava de todas as formas ajudá-lo, mas isso nem sempre era possível por ser ela uma criaturinha tão frágil.Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro. Ele nem percebeu, preocupado que ainda estava em se livrar do cabresto.E vieram outras manhãs e mais outras e milhares de outras, até que chegou o inverno e o cavalinho sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta. Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela, caminhou por toda a floresta a observar cada cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou. Cansado se deitou embaixo de uma árvore. Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia por ali.
-Eu sou o cavalinho do cabresto e estou a procura de uma borboleta que sumiu.
-Ah, é você então o famoso cavalinho?
-Famoso, eu?
-É que eu tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você. Mas afinal, qual borboleta que você está procurando?
-É uma borboleta colorida, alegre,que sobrevoa a floresta todos os dias visitando
todos os animais amigos.
-Nossa, mas era justamente dela que eu estava falando. Não ficou sabendo? Ela morreu e já faz muito tempo.
- Morreu? Como foi isso?
-Dizem que ela conhecia, aqui na floresta, um cavalinho, assim como você e todos os dias quando ela ia visitá-lo, ele dava-lhe um coice. Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo,mas ela jamais contou a ninguém. Insistíamos muito para saber quem era o autor daquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã e era aí que ela falava com a maior alegria de você.
Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento.
- Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo. Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos os coices que ela recebeu
desse outro cavalinho, que ela acabou perdendo as asinhas,
depois ficou muito doente, triste e sucumbiu e morreu.
-E ela não mandou me chamar nos seus últimos dias?
-Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte:
"Não perturbem meu amigo com coisas pequenas, ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver.Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais pra ele vir até aqui."

Você pode até aceitar os coices que lhe derem quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento da sua vida, as feridas que eles vão lhe causar, não serão mais possíveis de serem cicatrizadas. Quanto ao cabresto que você tiver que carregar durante a sua existência, não culpe ninguém por isso, afinal muitas vezes, foi você mesmo que o colocou no seu dorso, ou permitiu que fosse colocado.

setembro 07, 2011

Imaginando


Outro dia como todos os outros, sempre me imagino caminhando por uma estrada repleta de pedras, folhas secas e com a neblina atrapalhando minha visão. Esse cenário da minha vida vazia que nunca muda. Sempre os mesmos horários, as mesmas responsabilidades, as mesmas coisas, mesmos rostos, mesmas palavras e nenhum sentido.
O dia está nublado, e dias assim fazem eu me sentir desprotegido apesar da sua beleza com o céu carregado de nuvens acinzentadas. Contraditório, não? Me assustam, porém os acho lindos. O telefone não havia tocado durante todo o dia, como eu ainda esperava que alguém sentisse a minha falta? O melhor a ser feito era me afastar deles que fingem se importar quando na verdade ninguém se importa, onde até o “bom dia” é algo automatizado e seco, onde não se sente calor em um abraço, onde não se vê verdade nas palavras, hoje decidi me afastar de onde eu estava sozinho cercado por milhares de pessoas, prefiro estar realmente sozinho. Aqui de cima as coisas são tão pequenas e bonitas, as pessoas, os carros, o céu parece tão perto das minhas mãos, o vento me toca com delicadeza quase me fazendo despertar. A cerveja estava no final, eu deveria descer até meu apartamento para pegar outra acompanhada por mais um maço de cigarros, quando me levantei acabei chutando a caixa vazia, o que durou alguns segundos para mim pareceram horas, aquela caixa caindo me tentando a tentar alcançá-la – na verdade, tentar ultrapassá-la – aquela idéia não me parecia tão absurda quanto a um tempinho atrás, assim me livraria de tudo aquilo me sufocava. Dei um passo e parei por um segundo o passo seguinte foi para trás, o amanhã talvez seja melhor do que hoje ou o depois de amanhã... quem sabe? O melhor a fazer agora é pegar minha cerveja, meus cigarros e esperar.