outubro 10, 2011

O MUNDO DAS IDEIAS


O mundo das ideias é tão complexo. Nós somos seres tão complexos.
É curioso pensar que temos coragem para aventurarmo-nos em algumas situações onde a própria vida está em jogo, mas, por exemplo, nos sentimos travados quando é preciso lidar com sentimentos, desejos e metas.

Quando penso em coragem, lembro-me de Alcíone Vilamil, personagem do livro Renúncia (1944). Ela teve coragem para vivenciar o verdadeiro amor em sua forma mais pura e branda; ela trabalhou, amou, lutou, sofreu, aprendeu e foi fiel aos seus sentimentos, sendo sempre ela mesma. Mesmo quando não se sentiu compreendida pelo amor da sua vida, ela não se deixou levar pela mágoa ou frustração. Não se corrompeu. Mas é fácil agir dessa forma? É fácil prestar um concurso, ser derrotado (a) durante dez anos, e não desistir? É fácil acreditar que o mundo pode ser bom quando apenas se conhece o sofrimento? É fácil lidar com a onipotência se sentindo impotente? Não, não é!

Toda dificuldade vivida nos remete à vulnerabilidade. E toda resolução é gradativa, aprendemos que é preciso ser 100% e pairamos na fantasia. É inerente a personalidade humana fraquejar em momentos de fragilidade e indecisão, até mesmo porque, no caso do concurso prestado e do amor não correspondido, precisamos de estímulos externos que nos beneficie e não nos permita a perda da auto-estima. Porém, queremos respostas imediatas, esquecendo que toda semente plantada, ao ser cultivada, um dia germinará. Não importa quanto tempo demore, pois nada nessa vida é em vão; tudo pode ser encarado por diferentes formas de aprendizagem, desde que saibamos como absorver os ensinamentos adquiridos.

O Leão Covarde do Mágico de Oz (1939), aparentemente era covarde, pois sempre fugia do perigo. Entretanto, ao juntar-se a Doroth, Homem Lata e o Espantalho, ele demonstrou grande coragem durante a jornada. Ele foi verdadeiro com seu coração e, sendo assim, permitiu descobrir suas potencialidades. Ou seja, ele não se deixou travar a ponto de dizer: “Não sou capaz”. Ele buscou pelo seu aprimoramento, apostou em sua verdade, acreditou que poderia avançar a diante, extraiu os ensinamentos que aquela vivência lhe proporcionava; foi ele mesmo e lutou, não desistindo jamais!

É importante citar que ao lidar com situações de conteúdo ansiogênico, nos deparamos com algumas de nossas muitas janelas killers. Killer quer dizer “assassino” (a). E segundo Cury (2004), janelas killers são zonas de conflitos intensas que bloqueiam o prazer e a inteligência; sempre que perdemos o controle de nossas reações, somos vítimas dessas janelas, agimos por instinto e não como homo sapiens. Por exemplo, se temos medo nos deixamos dominar por este sentimento e aprisionamos nossa inteligência, produzindo uma avalanche de idéias negativas que financiam nossa angústia.

A partir desta vertente, penso ser necessário que aproveitemos a vida como se fosse única. E para isso precisamos viver... Viver, reviver e, conseqüentemente, elaborar. Quando vemos nossa sombra na parede, dependendo da distância em que nos encontrarmos, ela aumenta ou diminui! Já repararam isso?? É assim nosso medo, ao nos aproximarmos percebemos que ele deixa de ser aquele bicho papão enorme que a nossa própria mente cria, portanto não se deixe levar pelos monstros da sua psique, pois você é maior que eles. E não perca as oportunidades que surgirem em sua vida!

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