novembro 15, 2011

Chocolate amargo tem sabor forte, e derrete do mesmo jeito.


Tempo fechado. O sol se esconde pra ninguém ver que ele também chora. Ele é grande. Quente. Forte. Absoluto. Poderoso. Mas ele chora também…
- E quem foi que disse que chorar não é digno de um rei?; –  Disse um amigo do cabelo de fogo da cor do sol. – Mas chorar é coisa de humano, Ei. O sol não é humano.
Eu apenas dava um sorrisinho e saia de cena.
Benditos aqueles que choram pela verdade. Se amam realmente. Se tem raiva realmente. Se há ira realmente. Se há problema realmente.  Quem chora por ilusão… Ai sim, devemos nos preocupar. Quem chora pela mentira, ai sim devemos nos preocupar.
Estava tudo muito escuro. A chuva já tinha cessado, porém, existia ali outra coisa molhada escorrendo no rosto da menina  do rosto comprido e gestos infantis.
“Menina, por que você está chorando?”
- Tem alguém chorando aqui? Sou forte! Eu não choro. – Apertou as mãos com sinal de quem vai dar um soco.
Mas o rosto da menina não sabia mentir muito bem. Até porque as lágrimas não caem por si só. Mas ninguém consegue esconder a angústia por muito tempo.
- Eu. – Disse olhando pro céu nublado. – Me dá um abraço?
E lá vou Eu com seus largos braços acalmar mais uma alma que chorava por amor. Essas coisas o perseguem. Ele deve ter vindo a este mundo pra isso. Deu o abraço demorado. Apertou bem forte pra não sobrar vontade.
“Quer comer um super, hiper, ultra, mega chocolate amargo?”; O jeito que ele gostava de resolver as coisas parecia muito bobo, mas sempre dava certo.
- Eu quero, mas você tem que prometer que amanhã vamos comer uma salada pra compensar!
As vezes as coisas tem que ser compensadas com outro sabor. E as vezes o sabor é muito diferente. Se bem que chocolate não é tão diferente do amor. Mas da salada era. No outro dia, ele iria fazer uma lasanha…
Salada não enche.

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