novembro 18, 2011

O agora não existe!


O presente; breve, tão breve,
que chega a não existir senão em pensamento;
todavia mais fugaz, pois, assim que é pensado,
torna-se concretude pretérita ou efemeridade futura.
O agora é coisa genuínamente humana,
consciente; o sentimos, respiramos e o vivemos,
o meu mundo real só ocorre neste momento,
que passou enquanto eu escrevia esta última letra;
o resto, já não me pertence mais, é ideia,
desapegado, é sombra minha.
O tempo é relativo;
é o antes e depois que estão equidistantes de mim;
existo nesse meio incorpóreo,
que não se pode medir se quer na menor fração de milésimos,
é o tempo fora do tempo,
que surge e logo transforma-se em coisa distinta,
é o agora que já não existe mais.

Eu existo agora, mas o agora não existe!
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Hoje vim caminhando da padaria pra casa,

e pensava nisso tudo gratuitamente;
em como é imperceptível o transcorrer da vida;
começamos sem saber,
e quando sabemos não prestamos atenção,
e quando ocassionalmente nos damos conta
parece que tudo passou rápido demais.
Fiquei nessa viagem vertiginosa pela mente,
sem me preocupar muito com sentido.
Percebi que quando se estica um fio do pensamento,
vem junto um emaranhado de outros fios ,
fiquei intrigado, e decidi escrever;
talvez alguém tenha devaneios similares...
Vai saber.

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